Poesia

Você tem medo de se afogar no meu amar

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Escrevi ouvindo Sign Of The Times - Harry Styles

Eu te olhei sem preconceitos

Eu ignorei todos os teus defeitos

Do precipício, eu me joguei

Esperando acordar nos teus braços

 

Mas você não estava lá embaixo

Você nem queria estar

O teu lugar era do meu lado

Era o que você me fazia escutar

 

Você odiava minhas provas de amor

Você dizia que não precisava de uma flor

Você jurava que eu era tudo o que você queria

Mais do que isso seria loucura exigir de mim

 

Mas todas essas demonstrações estúpidas também eram eu

Eu tentando mostrar que todo o amor do mundo poderia ser teu

Menos que isso eu nem perderia meu tempo em me apaixonar

Preferia mil vezes morrer de amor a viver sem amar

 

Parte de mim não quer te ver partir

Mas quando o que eu sinto transborda

E você se distancia por medo de se afogar no meu amar

A outra parte implora para você conseguir se salvar

Comportamento, Crônica

É hora de voltar aos trilhos

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Escrevi ouvindo Birdy - The A Team

As noites fora de casa podem ser insanamente agressivas quando não tem garantida uma boa companhia. A madrugada abraça, aperta, sufoca com verdades duras de ouvir. Até que ponto essas críticas crués são verdades ou verdades é uma palavra que dei para causar eufemismo no caos que me fez sentir ser tão insuficiente esta noite?

Chorei. Me senti sozinha, mas não completamente. Quis ficar sozinha. Quis ficar na minha. Precisei voltar pra minha zona de conforto. Limpar as lágrimas do meu rosto e procurar rir de alguma coisa logo em seguida para aliviar o fracasso que eu me senti. Não quero comer nada. Estou bem assim. Não quero, além de me sentir incompetente, também me sentir gorda.

Apaguei as luzes. Solitude. É bom extravasar em choro às vezes, como se tudo estivesse prestes a desmoronar mesmo. Mas o mundo real está chamando. Não quero voltar ainda. Está tarde, mas eu odeio dormir quando o último sentimento que passou pelo meu coração foi ruim. Uma leitura cairia bem. “A sútil arte de ligar o f*da-se”: perfeito! O meu trecho favorito da madrugada dizia assim:

“Você vai apreciar cada vez mais as coisas simples da vida: os prazeres de ter amigos, criar alguma coisa, de ajudar alguém em necessidade, de ler um bom livro, de rir com alguém de que você gosta”

Que chatice, não? É porque tudo isso é comum. Mas talvez seja comum por uma razão: porque são as coisas que realmente importam.”

A vida pode nos empurrar de um precipício de vez em quando questionamos se estamos felizes, se estamos sendo bons o suficiente e se o que vai acontecer daqui um tempo é o que estamos planejando – em palavras mais duras: a ansiedade pode dar um empurrão para cogitar um suicídio. Mas, depois de ler isso, eu me senti mais leve como se pudesse voar outra vez depois de ter me permitido jogar abaixo.

Existem coisas simples na vida que realmente podem nos fazer felizes. Por que nos esquecemos delas? Estamos sempre com pressa para coisas extraordinárias que não acontecem da noite pro dia, que não se alcançam com uma caminhada matinal. E se queremos ser extraordinários, primeiro precisamos ser pacientes. Cheque-mate em todas as outras verdades que eu inventei. Paciência é sempre a palavra-chave para resolver todo tipo de problema.

Então, eu percebi que finalmente poderia dormir em paz com o meu coração por ter as coisas que realmente importam. Em alguns dias, parece insuportável a ideia de olhar para mim e admirar que eu sou porque ainda estou distante que quem eu quero ser. É uma luta com meus problemas psicológicos para aceitar o amor por quem estou me tornando.

Pela manhã, acordei com tanta dor no estômago que mal conseguia andar. Foi péssimo. E percebi o quanto eu ainda sou vulnerável e o quanto meu corpo acompanha a minha saúde mental. Tomei um remédio. Passou ainda agora. Tentei prometer para mim que eu não me descuidaria mais. Nunca vale a pena me punir assim. É estranho notar agora que foi mais uma recaída. Mas tudo bem. Não posso ser tão dura assim comigo mesma. É hora de voltar aos trilhos com fones de ouvidos que me lembrem dos começos que me deixam feliz.

Poesia

O meu silêncio te agride

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Escrevi ouvindo SYML - Body

 

O meu silêncio te agride

Eu estou gritando que eu te amo

Mas você não consegue me ouvir

Porque você está se afastando

 

Você está se machucando

E eu já não posso ser tua cura

Porque você está se afastando…

 

Você está se afastando

Eu te imploro meia-volta

Mas você não consegue mais me ouvir

 

Queria que você assistisse

Pela janela dos meus olhos

Como você fica linda surtando

Quando o meu silêncio te agride

 

E se eu tivesse sussurrado no teu ouvido

Que eu almejo me jogar do precipício

Quando o teu sorriso parece impossível

Você teria me dado mais uma chance?

 

Por você eu me tornei um anjo caído

E meu amor já não existe

Já não adianta correr para o início

Porque eu escolhi sangrar no teu lugar

Para em fim você ser livre

Comportamento, Crônica

Não seria amor, seria sacrifício

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“Você é seguro o bastante para amar uma mulher que voa?” eu li no Instagram e fez todo sentido porque eu prefiro estar dancing on my own

Eu namorei por um pouco mais de um ano. Morei junto com pessoa errada por alguns meses. Investi meu tempo, minhas habilidades culinárias e a minha arte apostando que acabaria em casamento mas acabou comigo bêbada numa praça sozinha. Uma das piores ideias de todas foi cortar minhas próprias asas. Foi precipitado e eu me joguei do precipício sem saber como voar outra vez.

Quando eu contei para minha mãe, ela perguntou se fui eu que acabei. Eu queria questionar “acabei com o quê?”. Acho que ela não estava falando do amor e sim do relacionamento. Apesar de ter tomado a decisão, que cada um leve a meia culpa. Sem arrependimentos então porque já não posso mudar alguma coisa que não seja daqui pra frente. Mas ela disse que eu poderia  me humilhar e insistir para ele voltar atrás. Mas eu odeio seguir conselhos que não venham do meu próprio coração.

Já não tenho a mesma paciência e gentileza de antes. Eu não suporto a ideia de me imaginar discutindo uma relação de novo. E também não sou tão carente assim para esperar uma ligação antes de dormir. Descobri que eu não preciso de lembretes das coisas incríveis que eu posso ser. Eu só preciso de mim e ser eu. Isso é voar.

Depois de um final, existe um recomeço. Esse é um clichê que eu gosto. Porém, seria cafona demais para tatuar. Voltando ao assunto… Voar pra mim significa minha liberdade. E venho descobrindo que essa é uma das coisas mais importantes para ser feliz. Porque, pensando bem, tudo o que a gente faz nessa vida é para ser cada vez mais livre. Não faz sentido querer estar presa me sentindo presa.

Eu quero voar. Não significa que eu não quero nunca mais me apaixonar e que eu odeio o amor. Na verdade, agora não quero nada sério, não enquanto eu não estiver totalmente independente financeiramente. Mas eu quero uma pessoa segura o suficiente para voar comigo, no sentido literal mesmo: vários vôos, viagens e muito sexo – pra não cair no romantismo de dizer “amor”.

Não quero desculpas pra gente se desentender. Não quero ciúmes, não quero drama, não quero insegurança. Eu quero que você segure na minha mão e confie que se eu ainda não soltei a sua foi porque eu escolhi dividir pelo menos mais esse dia com você. Não quero promessas “para sempre” porque eu odeio mentiras e odiaria que continuássemos os mesmos daqui uns dois meses. Você consegue lidar com as minhas metamorfoses?

Eu quero te beijar até você fazer de conta que cansou de mim. Eu quero dormir com você e ficar admirando o seu rostinho antes de você acordar. Eu quero fazer do meu abraço o teu refúgio. Quero te mostrar que eu posso ser a pessoa mais amável do mundo inteirinho se você me conquistar de mansinho. E não precisa de tanto. Na verdade, não precisa fazer nada. Não quero que você se esforce tanto a ponto de não ser você. Não seria justo. Não seria recíproco. Não seria amor, seria sacrifício.

Crônica

Um amor que anestesia a dor

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Escrevi ouvindo Daughter - Shallows

Ontem, eu pude ver o ódio se aproximando. E você não estava do meu lado para me proteger. Não sei se faço isso tão bem: escrever o que sinto. Você imagina quão sufocante é sentir medo de ser você? Eu cresci como um passarinho que caiu do ninho. E você me cuidou e me deu um novo lar. Eu me sinto presa e mesmo sabendo que eu posso voar… Tenho medo de ir embora e te deixar mal, ou pior: que você me odiasse depois disso.

Mas ficar aqui é como não poder cantar porque você não entenderia o que eu quero expressar. Eu sinto que não posso fazer muito por você. Eu sinto que deveria te recompensar. Eu sinto que deveria cumprir meu papel de gratidão. Eu sinto que tenho uma dívida enorme com você, a qual eu pago todos os dias quando me esforço para ser um passarinho engaiolado nos seus padrões.

Ultimamente, você anda tão impaciente comigo… Parece que estou fazendo mais sujeira do que gracinha para te fazer sorrir. Eu cresci. Já não é tão divertido para nenhum de nós dois. Eu sei que está na minha hora de partir e é de partir o coração saber que, apesar de todos os gritos que eu vou escutar, isso vai te machucar e a mim também.

Eu vou sentir sua falta. Vou sentir muito por não ter conseguido dizer tudo o que você merecia ouvir. Não quero chorar pela falta de amor entre nós. Teu desprezo me enche os olhos de lágrimas e eu tenho asas para fugir dele. Eu tenho medo de você. É um medo que muitas vezes se confunde com o amor. Você me ensinou que o amor machuca. E enfim eu conheci um amor que anestesia a dor. Espero que algum dia você o encontre também.