Crônica

Considerações inicias

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Escrevi ouvindo Pumped Up Kicks

Há um tempo ando desanimada dessa história de amor. Pra ser sincera, a vida inteira. Então, eu preciso fazer algumas considerações antes de você começar a fazer planos e promessas.

Quando eu disser que não quero mais, pode significar três coisas: eu não sei se ainda quero, eu quero muito, eu realmente não quero. Mas, se estiver disposto, você fica. Não vai embora. Não me deixa. Nem bate a porta. Eu odeio isso. Odeio. Se você realmente quiser, como penso que quer, só me dá um tempo, mas não desiste de mim.

Não me faça cobranças. Eu não pago nem minhas contas em dia. Não é no amor que eu vou me responsabilizar. Detesto prazos e compromissos. Se quiser um encontro, vamos. Se for pra marcar, já não sei. Se quiser que eu chegue na hora, chegue atrasado. Se quiser uma poesia, precisa merecer. Se quiser um beijo, meu bem, tem que fazer mais do que me puxar pela cintura.

Não me faça surpresas. Coisas inesperadas me deixam nervosa. Eu acabo agindo da pior maneira. Não pode nem ser presente. Pra ser franca, a única coisa que faço questão de guardar de você são os sentimentos que me fazem sorrir. Não me liga pra conversar do nada. Eu sou toda atarefada e se você me atrasar mais ainda, posso ficar brava. Aliás, posso abrir uma exceção: pode tocar a campainha a qualquer hora se estiver segurando um bolo. Adoro bolo. Mesmo. Não demora.

Não sonhe tão longe. Não fique falando sobre como seremos daqui trinta anos. Na verdade, só ando pensando se eu vou sobreviver ainda neste ano. Não imagine viagens pro outro lado do mundo. O que eu gosto mesmo é de admirar o outro lado da janela. Mas nós podemos ficar recordando até tarde sobre como nós nos conhecemos. Eu adoro os começos. Os finais é que me deixam com medo.

Por fim, também não me deixa desistir de você. Eu adoro coisas trabalhosas. Só não tenho paciência quando essas coisas são pessoas. Mas quem sabe seja você a pessoa capaz de me virar do avesso e descobrir além daquilo que nós conhecemos até agora. Dizem que o amor é isso.

Crônica

De todas as garotas que já amei

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De todas as garotas que já amei, eu não sei ao certo como fazer a interseção entre elas. Existia serenidade nos seus olhares. Eram sérios, eram calmos (embora tempestade, em algumas horas), carregavam histórias, revelavam sinceridade, eram os únicos do mundo que o tempo parecia não correr enquanto eu os assistia.

Não foram muitas garotas. Algumas, eu amei com mais intensidade, com menos sanidade, com mais vontade. Outras, apenas efêmeras. A maioria não valeu um buquê sequer. Não valeu minhas poesias. Não valeu minhas mensagens. Não valeu minhas canções. Não valeu minhas reflexões. Não valeu a minha ansiedade. Não valeu o meu mal estar. Muito menos valeram o meu amor. Por isso, as amei menos.

Porém, uma delas poderia não ter valido nem um acento ortográfico ultrapassado. Mas o que eu fiz foi como colocar numa caixinha – aquela mais bonita que a gente guarda sem saber se um dia vai ter coragem de usar – todas as coisas que eu tinha medo de ser. O medo de ser boba, o medo de ser rejeitada, o medo de amar. E daquela caixinha eu desapeguei só para conseguir dizer que estava amando.

Espera! Dizer “eu te amo” não significa muita coisa. Isso todo mundo diz. Eu vou fazer diferente. Eu vou demonstrar o quanto a quero. Eu fui gentil todos os dias ao lado dela. Dei minha companhia. Estudei aquilo que a fazia sorrir e contei algumas piadas decoradas. Eu a elogiava como se o sorriso dela iluminasse o mundo inteiro. E iluminava (o meu mundo). Ela, por sua vez, nunca percebeu.

De todas as garotas que já amei, ela foi a mais boba. O amor estampado no meu rosto e ela só ria. Ela pode nunca ter percebido. Mas se percebeu, foi mais boba ainda. Eu que tanto a amava e ela chorando por outro abraço. O amor até que espera. Contudo, à evasão da melancolia ela não tem pressa.

Comportamento, Crônica

Drummond nos dias de hoje

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Escrevi ouvindo Crazy, na versão da Melanie. ❤

Fiquei pensando o quão difícil é ser Drummond nos dias de hoje. É que nesse tempo pós-modernista ninguém quer perder muito tempo. Quer dizer, sequer os escritores têm perdido tempo revisando a gramática. Eles só tem se preocupado em escrever qualquer coisa e publicar aquilo que a massa pretende consumir. A imagem vale mais do que palavras. Não precisa ser um livro bem escrito, basta ser bonito.

Ah, sem contar que, nos romances, o eterno tem durando um pouco mais que algumas horas, principalmente porque ninguém quer ser de alguém; em outras palavras: ninguém quer doar a si mesmo, de graça, para o outro. As pessoas querem aplicar valores a tudo, mas amor não se vende nem se compra, nem mesmo com outro amor.

Pra que dizer “eu te amo” quando se pode poupar tempo enviando um enorme coração vermelho e pulsante? Ou seja, as palavras têm perdido suas respectivas importâncias. Um emoji fala mais que mil palavras regulamentadas segundo as normas da ABNT. Talvez, porque uma palavra já não signifique muita coisa. Há um tempo as palavras eram prova de verdades. Hoje, elas são efêmeras e amanhã já não valem um dólar na liquidação.

As pessoas foram se desinteressando por histórias. Elas não querem saber do que você tem para contar, se a conversa exigir mais que cinco minutos de atenção. Se for para as coisas irem rápido demais, eu não quero. Se for para sermos escravizados pelo tempo, do que adianta a pressa para viver? Eu dispenso. E se Drummond não existir mais, outro eu invento.

Olá, gaveteiros! Eu quis deixar algumas observações aqui, no final da crônica, porque eu sou demasiadamente apaixonada pelo Drummond! ❤ Era só isso mesmo, haushauhs. Um abraço de urso e até o próximo post. ^~^

 

Crônica, Música

#NoPlay: Suggestions

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Nos piores, ou melhores, momentos, eu apego-me a uma música, como se fosse minha melhor amiga. A ela, sinto que posso confiar meus sentimentos. Ela descreve o que eu sinto. Então não me sinto só.

Ouvindo Suggestions, eu sinto minha alma flutuar e voar no tempo. Não que eu lembre nitidamente, mas eu vejo uns flashs de como eu era há exatos dois anos. Eu era tão insegura. Eu comecei a sentir os primeiros sintomas de uma paixão. Isso era tão errado, pra mim. Eu não deveria, embora isso não mudasse nada.

Naquela época, eu ainda não conhecia muita coisa sobre as paixões. Eu sabia que eram como um tiro no peito. Daqueles que te tiram, literalmente, o fôlego de vida. De repente, você não faz mais nada por você. É nessa hora que você precisa cair na real. Quando passamos por isso, ou afundamos mais no outro ou mais na gente. Existe uma coisa boa quando você afunda em você mesmo: você descobre o amor próprio. Logo, afasta-se daquilo que não faz bem. Foi o que eu fiz.

Sabe o clichê “as vezes coisas ruins acontecem para coisas boas virem”? Tudo pode ser uma grande lição, mesmo quando você só tem uns 16 anos. Algumas pessoas passaram por isso mais cedo ou mais tarde. Contudo, você não precisa cobrar-se tanto. Você nem precisa ser uma pessoa perfeita pra alguém gostar de você. Você também não precisa ficar sempre à espera. Você só precisa afundar-se em si mesmo e descobrir o oceano que existe em você. Permito que você entenda a metáfora como preferir.

Agora que contei minha breve historinha sobre essa música, acho que você já pode dar o play também. Um abraço de urso e até o próximo post. ❤

Crônica

Ódio ao próximo

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Escrevi ouvindo Thinking Out Loud

Olar! Eu costumo usar minha gaveta na internet pra escrever crônicas de sentimentos, sobretudo: amor. De todas cores, todos os gêneros, todos os tipos. Sem exclusão. Mas, não tem sido fácil ter uma mente “aberta” como a minha.

Por que?

É que, segundo alguns cristãos, para ter Deus no coração, é imprescindível ser contra um monte de coisas. Algumas pessoas levam tão a pé da letra que disseminam ódio em prol de uma causa que prega tanto o amor. Parece hipócrita para você?

Outro dia, estava conversando sobre o estupro da adolescente carioca – caso que repercutiu até aqui no Amapá. Os meus ouvidos faltavam sangrar quando ouviam os mais religiosos dizerem que era culpa dela, que ela provavelmente não tinha “Deus” na própria vida. Espera um pouco, quais os critérios estamos julgando para apontar onde Ele está?

E daí se ela estava vestida vulgarmente, andando de noite e indo para um baile funk? Isso não dá direito de NINGUÉM tocar no corpo dela sem permissão. Além do mais, Deus não está somente com as pessoas que vão às igrejas e seguem suas religiões “fielmente”.

(Deixo para posicionar-me quanto ao estupro em outra crônica).

O ponto em que quero chegar é o seguinte: se Deus é amor, por que tanto ódio? Já pararam para pensar que atentados ocorrem todos os dias em nome do Ser que é sinônimo de salvação? E esse mesmo tem sido o motivo de perdição de tantas vidas. Não parece ter algo de errado nisso?

Desculpa, mas por essas causas eu não quero lutar. Se for para lutar que seja por mais amor no mundo. Que seja para ajudar as crianças nas ruas ao invés de chamar seus pais de vadios, que seja para dar um prato de comida aos que vendem seu corpo por não ter sequer um teto, que seja para dar esperança àqueles que se perderam nos vícios. Isso sim são causas nobres.

Algumas pessoas perguntam se eu acredito em Deus. Você quer saber da verdade? O Universo é infinito demais para dizer que sabemos de tudo. Eu acredito em Deus como um sentimento que é maior que tudo. Eu acredito em Deus como Aquele que toma conta de tudo. Como Aquele que se entristece em ver o caminho o qual a humanidade tem tomado: a desumanidade.

Sendo assim, eu acredito que Deus é amor. Porque o amor é a coisa mais poderosa que eu conheço. Quem ama, é capaz de fazer tudo diferente do que realmente quer. É paciente, é cuidadoso e perdoa. Eu não tenho dúvidas de quem ama tem Deus na própria vida. Porque só ele daria um sentimento tão digno aos humanos tão falhos.

 

Crônica, Pessoal

A mim mesma

Desculpe, não quero lembrar de Maio como um mês de algumas derrotas. Eu quero lembrar desse mês como um tempo de muitas batalhas. Eu acho que ando muito negativa, chorando pelos cantos, menosprezando a mim mesma, desconfiando das minhas possíveis vitórias. Que droga! Eu realmente não quero de ser esse tipo de pessoa cabisbaixa.

É difícil aceitar que algumas vezes jogamos para perder o prêmio principal. Mas, na verdade, nós sempre ganhamos alguma coisa. Quando você, por exemplo, participa de uma competição com alguém, todos lutam em prol de um objetivo em comum. E o que mais vale em tudo isso é o quanto vocês estão juntos para conseguir, seja a vitória ou derrota. Porque a relação que vocês podem construir durante o percurso pode durar pra vida toda, diferente do gostinho momentâneo de ganhar o principal objetivo.

O que quero dizer é que, nesse mundo capitalista, não tem sido fácil lutar contra o materialismo. Isto é: sempre queremos provar as coisas por meio de matéria, por meio de valore$. Nossos sentimentos parecem não significar nada, nem as palavras. O que vale é a matéria. Não importa se tem uma pessoa passando por um problema bem na ponta do meu nariz se eu estou bem. Deixemos de pensar assim. Sejamos menos vazios de sentimentos.

Eu posso estar com todos os problemas do mundo. Eu quero ouvir o seu, porém. Quem sabe eu possa ajudar, ou ao menos amenizar, ou ao menos abraçar-te. Porque de nada adiantam meus problemas se não me fizerem ver o mundo com outro olhar. Só precisamos de alguém que nos faça ver as coisas com outra perspectiva. Por isso não há problema em compartilhar.

Junho só esta começando. É um mês de outras batalhas também. A guerra principal ficou pra Novembro. Por enquanto, foco em Junho. Eu espero por esse mês desde o começo do outro. Acho que vou deixar esse final dedicado a mim mesma para eu ler quando Junho acabar. Qualquer coisa, desculpa esse meu ascendente em Leão.

“Eu sei o quando você dedicou algumas madrugadas para que tudo desse certo em Junho. Você tentou. Tentou bastante. Você pode dormir de consciência limpa. Porque nós temos certeza que seu objetivo principal nunca foi a vitória em si e, sim, participar. Você tem feito todas as coisas que tinha vontade, com moderação. Você tem aberto mão de muitas coisas para priorizar outras. Eu queria que você lembrasse que dentro de você existe um amor próprio – aquele que muitos dizem que é medo, na verdade é só defesa. Você não é o tipo de pessoa que gosta de escrever textos de declarações. Talvez, eu só esteja escrevendo isso agora porque você é a pessoa que mais confia. Parece esquizofrênico, não é mesmo? Huahsuhas. Acho que você nunca escreveu para si mesma. A questão é que você anda depressiva e eu quero que você lembre o quanto você agarra as oportunidades e dá o seu melhor. Algumas vezes, isso já foi reconhecido. Lembre dessas vezes quando for tentar nas outras. Um abraço de urso, daqueles que te fazem ficar nostálgica, e fique bem. Lembre-se: D de dormir e você precisa! <3”

Crônica

Ficar?

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Escrevi ouvindo Only Girl

Entregue o jogo: no que você está pensando agora? Eu olho em seus olhos e tento ler o seu sorriso. Mas eu distraio-me com suas conversas bobas e nunca sei exatamente o que você quer dizer ou quem você é, embora eu esteja gostando de você.

Não sei se são seus mistérios ou minha falta de esforço para fazer-lhe sorrir. Mas você faz parecer fácil ter alguém ao lado. Eu não estou acostumada com isto: sempre pareceu mais difícil. Então, você tem feito meu mundo girar de repente. Sabe o que significa? Não só perdi a direção como ganhei algum sentido. Será que posso retribuir?

Veja só, eu não sou boa em decodificar criptogramas e seus sinais quanto mais óbvios, mais complexos. Enquanto você não me disser qualquer coisa, nada disso será real para mim. E se você mostrar o caminho para o seu coração, eu prometo ser uma pessoa mais organizada. Eu fecharia a porta devagar e você nunca mais sentiria-se só, porque eu nunca pretenderia ir embora.

Depois disso, eu escreveria a letra da sua canção preferida no muro da sua casa. Eu tocaria todas as músicas de cinema para ver-lhe dançar. Eu leria todas as poesias que escondi. Tatuaria suas feições em minhas memórias. Eu te amaria sempre que me pedisse. Porque você seria a única para mim.

Você, porém, espera que eu descubra que se a resposta é sim ou não para os meus desejos e eu não sei o que fazer. Não é que eu queira tanto assim. Eu já precisei ir embora tantas vezes que já não sei quando é o momento de ficar. Entregue o jogo: quer ou não me beijar?

“Quero que você me faça sentir como se eu fosse a única garota no mundo
Como se eu fosse a única que você amará
Como se eu fosse a única que conhece seu coração
A única…”